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A Gazeta do Repórter

Informar e acompanhar a cultura, desporto e reportagens. Dar voz a quem não a tem e dar destaque a quem merece ser destacado!

De Ator a Figurante normal em Novela "A Serra"

24.02.22 | Rogério Rosa

 

 

bastidores de A Serra-2.jpg

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          Esta cena da novela"A Serra", foi gravado em Maio do ano passado. Eu, sou ator profissional, já com 39 anos de carreira. Pode-se pesquisar no google em ator Rogério Rosa e podemos ver, que nele tenho obviamente algumas figurações especiais, mas quando fui chamado pensei que não ia ter falas, mas que de alguma forma seria visível para quem é ator e precisa de ser visto para que se saiba que existe, em quanto tal, para que seja chamado.

          Nesse dia de manha, 25 de Maio, chegámos de Lisboa aos Bombeiros de S. Pedro de Sintra, onde se iria gravar as cenas de viagem do casal de namorados"Nicolau" e "Guida". Tivemos de ir para uma sala, fazer o teste covid e depois, esperar na sala onde já estavam outros figurantes e alguém da produção da novela, é que ia chamar um grupo para entrar no set de gravações, num avião improvisado. Demorou mais de uma hora, esse grupo e depois, voltaram para a sala. Mais tarde, voltaram a ser chamados e nós os 5 continuámos á espera. Já muito perto do almoço, lá se lembraram que eu e mais 2 não tinhamos gravado, fomos então chamados. Eu fiquei na entrada do "avião", logo como primeiro. Pediram-me para tirar o polo e ficar so de camisa. Vinha a Hospedeira, fingia que me dirigia a palavra, antes de ela avançar para o casal. Tinha a sensação, que a cena primeiro seria comigo e de seguida toda a cena com o casal. Repetiu-se, e mais uma vez se gravou. Terminado a cena, fomos saindo e ja fora de cena, João Mota e Laura Dutra, o casal de namorados, não ligou a mais ninguém e despacharam-se para sairem do local, sem contudo verem, que os figurantes queriam tirar um foto com eles. 

          Primeiro e depois de terminado, iamos todos para casa e 5 minutos depois, já todos iam almoçar nas instalações.

          Não há dúvida de que os figurantes são tratados como número, que precisam para preencher espaços em branco ou vazios e depois de terem tudo feito, já não lhes ligam nenhuma. Quanto aos atores, são tratados como estrelas, com todo o cuidado e comodidades.

          Foram para o ar as cenas do"avião", gravados 9 meses antes. Fiquei indignado, pois só se vê no meu caso, a cabeça, além de ser eu o único a saber onde estava, como se pode ver na foto. Palavras para quê, se eu fosse conhecido, a coisa seria diferente, mas sou ator, bem há mais anos que eles, mas desconhecido e tido igualmente como figurante igual aos outros. A pergunta que faço é, para que fiz cursos de formação de atores? Para que fiz workshops de representação para televisão e cinema? Para que fiz então o curso de direção de atores? A resposta é, para continuar a ser considerado figurante!

#atorrogeriorosa

Rogério Rosa na Bola tv

17.02.22 | Rogério Rosa

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          Hoje, fui visitar a sede do jornal A Bola, que tem nela os estúdios da Bola tv.

          O objectivo da minha id aos estúdios, prende-se com um projeto que pretendo apresentar em breve á dreção dos programas. Sbendo que se trata de uma tv desportiva e por isso, o projeto tem de se soburdinar ao desporto. No entanto, e como há uma lacuna no desporto de e para pessoas com deficiência, pretendo avançar com algo que tenha a ver com esse tema, que tantafalta faz ás nosss televisões.

 

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          Em breve deslocar-me-ei de novo á sede do jornal A Bola para dar a conhecer, os objetivos tendo em conta, que provávelmente irei dar dar uma entrevista ao mesmo jornal.

          N-ao poderei esquecer que participei no 1º Campionato Nacional para deficientes, nas modalidades de atletismo, salto em comprimento, natação e luta-greco-romana, em 1977 e recebeu-se as medalhas em Alcoitão, com um treinador e professor Joao Oliveira Duarte, já falecido.

          A Rtp, teve um grande programa durante vários anos aos Domingos chamado "Novos Horizontes", apresentado por Luis Mendonça em que eu apresentei como rubrica"A Melhor Voz de Todos Nós", gravado em 1989 no Instituto António Feliciano de Castilho a Campo de Ourique. Cujos jurados foram Maria António Mesquita, o pianista Ângelo Correia e o professor Orlando Monteiro. Tendo como convidados o Grupo Cantares Alentejanos Écos do Alentejo.

          Foi muito bom, ter conhecido por dentro e graças ao jornalista Nuno Jorge, onde se faz o jornal desportivo, bem como as instalações da televisão e respetiva sala, onde aguardam os convidados. Foi muito bom saber que há pessoas, que gostam de mostrar por dentro, o que não é possivel conhecer se não for convidado. Aqui deixo o meu agradecimento ao Jornalista Nuno Jorge, pela forma pronta e generosa de me mostrar os bastidores do jornal e da Bola tv.

#atorrogeriorosa

#abolatv

 

O saber não ocupa Lugar

13.02.22 | Rogério Rosa

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          Desde que Mundo é Mundo, se sabe que o saber não ocupa lugar. Todos nasem livres de direitos na educação e cultura. 

          Na Educação formar, dentro de salas de aula, todos os alunos, sem distinção de raças, credos, etc. Todos têm o direito ao ensino, desde o básico ao superior. Mas, vejamos que a educação não formal, pode basear-se na Formação Profissional, já que não é dado em aulas. Neste momento, os cursos de Formação Profissional sao maior parte realizados online. Não se pode falar em educação e ensino, sem referir as pessoas com necessidades especiais. Têm obviamente o mesmo diireito de saberem ler, escrever e de frequentar os cursos. No entanto, o que falta é a sensibilidade e o conhecimento de formadores, que sejam capazes de saberem lidar com estas pessoas. O facto é que me depreendi com essa enorme lacuna. Poderei falar na primeira pessoa, ou como sou atendido e o como sou olhado pelos formadores, quer em sala de aulas, quer em online.

          No longo percurso, muito tenho feito para que seja reconhecido pelo esforço e na dedicação. Acima de tudo, tenho sido o exemplo de muitos deficientes, que conseguem fazer as coisas, de se aventurarem e ao mesmo tempo, de se desafiarem a si próprios. Há no entanto cursos, que parece não serem próprios para quem tem limitação visual. Descrédito e sem dúvida desconfiança. Muitos deficientes não querem estudar, nem tentarem outras formas de realizar os seus sonhos, porque sabem que ninguém acredita nelas.

          O que me aconteceu em todas as formações, foi sempre sem grande apoio, sem grande incentivo e motivação. Nunca em escolas preparatóri e ou secundária fui escolhido para trabalhos de grupo. Nunca em 2 faculdades que frequentei, fora ajudado ou escolhido para trabalhos de grupo. Sempre fui alvo de preconceito, sempre fui marginalizado e nunca consegui que me explicassem todo esse afastamento. Ainda assim, fui conseguindo subir, fazer, provar, que era capaz. Mas, fiz cursos que outros olharam de lado com a dúvida que viesse a trabalhar em algum no final da conclusão. 

          É importante que haja quem possa acreditar ou dar o benefício da dúvida, incentivar e criar neles o otimísmo. Todos são capazes!

          Nas escolas, há falta de misturar alunos sem quaisquer problemas com alunos com ncessidades especiais. Sabe-se, que há deficientes inteligentes, que têm sonhos como tirar cursos superiores, de serem atletas de alta competição, que participam nos Jogos Paraolimpicos e que mesmo sendo pouco falados, admirados, são os que mais medalhas trazem para Portugal. Não se consegue entender que em pleno século XXI, haja o estigma do coitado, do marginalizado e do medo de lhes dar oportunidades. 

          Eu tirei muitos cursos e formaão profissional, mas um deles deu que falar. Tirei o curso técnico auxiliar de saúde. Na turma, ninguém parecia ter interesse nisso, apenas completar o curso. Quando chegou o final, era preciso esclher o estágio. Fui colocado no Hospital Curry Cabral. Seriam 420h de estágio Hospitalar. O sitio onde ia ficar, seria no bloco operatório. Obviamente, que por causa da limitação visual e da enorme responsabilidade, o mesmo não se concluiu. Mas, o melhor estava para vir. Consegui tirar mais formações nas áreas de Multimédia, como Produção Multim+edia, onde nenhum jornalista conseguiu lidar com um aluno ambliope, nem mesmo como o apoiar. Depois, outros se seguiram, até chegar ao que estou a frequentar agora pelo Iefp. Técnico Auxiliar de Farmácia. Tendo eu saído do curso Técnico de Turismo Ambiente Rural, pois tinha feito Primiros Socorros e de Auxiliar de Saúde, não se justificava continuar neste e passei para o de Farmáia. É um curso muito concorrido, onde há muita procura, o que obrigou o iefp, a criar 2 turmas, mas assim muitos ficaram de fora. Eu, finalmente fui admitido. No decorrer do mesmo, muito se tem falado nas sessões e não aulas, embora seja o mesmo, há a necessidade de se saber as saídas profissionais e estágios nas farmácias. Ora, nem todos querem trabalhar em farmácias comunitárias, e por isso querem saber que outros sitios, um Técnico Auxiliar de Farmácia podem fazer estágios. Eu já disse que não posso em virtude das minhas limitações visuais, não podendo fazer atendimentos ao balcão. o Insólito por parte de um formador, veio de imediato, quando me surpreendeu com uma critica pejurativa e de um preconceito evidente, ao me questional, sobre se não era para trabalhar no atendimento de uma farmácia, o que estava a fazer no curso?. Isto diz muito do formador e da sua incapacidade de lidar com pessoas com limitações visuais. Isto pode-se pensar que muitos dos deficientes, acomodaram-se e não realizam os seus sonhos com receio de encontrarem gente sem sensibilidade, nem consciência do que diz. São pessoas como esta, que muitos dos deficientes ficam á mercê das instituições, que embora os apoiem, os ajudam e os incentivam, mas que dificilmente os apresentam á sociedade como seres capazes e de plenos direitos a frequentar faculdades, a serem eles próprios e a terem a possibilidade de fazerem um pouco de tudo!

          É urgente combater este tipo de preconceito e de juízos de valor, que mesmo não dando importância, acabam por ficar na nossa mente e por-nos a pensar, se de facto estaremos a ocupar um lugar de quem quer muito fazer, o curso e de trabalhar na farmácia!

#rogeriorosa

#atorrogeriorosa

 

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