Hoje, realiza-se mais um Dia Mundia do Teatro. Com ele, vem muitas coisas, que me apetece escrever. A alegria de voltarmos ao palco ou á televisão e continuar a fazer-se aquilo, que mais se gosta de fazer. Depois de 2 anos de ausência, devido á pandemia que nos deteve em casa, sem podermos fazer nada. Alguns inovaram, criando lives em direto como concertos musicais, mas em termos de representação, foi muito mais dificil. Muitos atores, perderam as suas coisas, a possibilidade de pagarem as suas contas e a fome, começou a tomar conta da situação. O drama e o horror da situação em todo o Mundo, trouxe a miséria, mortes e a desgraça. Mas depois da tempestade, veio a bonanza. Regressou-se ao teatro, ás peças, ás novelas e ao cinema. Por isso, todos os anos neste dia, 27 de Março, falamos de teatro.
Estreei-me em Abril de 1984, na Academia de Santo Amaro, num concurso, que fiquei em 2º lugar. Daí para cá, fiz pouco teatro, bastante cinema e alguma televisão. Nunca tive o privilégio de que a Vida me colocassem no meu caminho, pessoas de valor, interessadas em dar a mão, em acreditar ou em dar-me o benefício da dúvida. Sempre lutei, fiz cursos de representação, workshops e até, frequentei o curso de direção de atores na Nicolau Breyner Academia. Sempre fui alvo de proconceito e nunca consegui grangear amigos para a vida. Trabalhei com vários encenadores e realizadores, mas que nunca verdadeiramente acharam, que poderia competir com os outros atores de nome. Na televisão, sempe fui tratado como figurante, mesmo quando informo e provo ser ator e ter cartão de identificação sindicalizado. Já no teatro, tenho tido muita aceitação, quer por encenadores, quer pelos elencos.
Hoje, 2022, o que se acrescenta no Dia Mundia do Teatro, é a subversão de gente responsável pelos canais de televisão, que fazem convites a pessoas que nunca foram atores, nem sabem o que isso é, que trabalhos se faz, que sofrimento e que por vezes, prejudicamos a família em prol da arte. A última bronca, foi um convite de Cristina Ferreira a Paulo Futre para entrar numa novela. Ele já tinha sido convidado a fazer dobragens de desenhos animados. Depois, outro convite a uma ex fadista para ser atriz noutro canal e a um humorista, que nunca sonhou ser possível receber algum dia, um convite para fazer novelas. Eu, que que fiz cursos e workshops, continuo sem ter quem me leve a sério, que me dêm o benefício. Mas o que tenho visto, são gente sem palavra, ingratos e mentirosos, que prometem e não cumprem.
A minha última participação na novela"A serra", foi um fiasco, meteram-me como figurante e pior, quase não gravava. As cenas eram uma viagem fictícia de 2 personagens, que fingiam viajar e eu fui colocado como passageiro, que me pediram que me sentasse na frente. As cenas rolaram e quando 9 meses depois foram para o ar, só eu sabia onde estava.
Hoje, é a o Dia Mundial de Teatro e ao que se vê, só famosos têm tido o direito a pronunciar-se. Os atores menos conhecidos, nem sequer lhes dão esse direito, além do desemprego, que continuam, enquanto outros que nunca estudaram, nem fizeram workhops, têm os padrinhos e ou Amigos, que lhes dão emprego, ficando nós para trás!
Na madrugada de sabado, 4 agentes á civil e de folga. foram até á discoteca Mome na Av. 24 de Julho. De folga ou não, a missão mantém-se e perante uma discussão a ocorrer no momento, os 4 agentes da Esquadra de Moscavide, atuaram para tentar separar e apaziguar a situação. Os copos, que os agressores já deveria ter emborcado, pode ter sido um rastilho e a violéncia acabou por sobrar para os 4 agentes e pior para o jovem Agente Fábio Guerreiro, que foi brutalmente espancado por 2 fuzileiros e um 3º cúmplice, que anda a monte. Ainda foi transportado para o Hospital de S. José, onde ficou em como induzido! Não tendo resistido aos ferimentos e acabou por falecer na manhã de 2a. feira.
Fábio Guerra de 26 anos, há 3 anos como Policia. Natural da Covilhã, para onde seguirá na 5a. feira para o seu último adeus!
Os fuzileios, que praticam boxe em Sesimbra, um deles já tinha antecedentes de violência com um agente também. O que leva a crer, que a força destes fuzileiros, é inversamente proporcional á sua inteligência. A Marinha, pode não ficar chamuscada com estes elementos, que não honraram a farda, mas o facto de terem sido detidos pelos superiores hierárquicos no Alfeite e de terem sido sujeitos a inquérito interno e de terem de aguardarem nas instalações pela Policia Judiciária, á ordem do Almirante Gouveia e Melo.
Em toda esta situação o desprezo pela via humana, continua a ser o mote desta gente. Pessoas, que têm por missão defender, acabam por atacar, algo contra senso!
As homenagens a Fábio Guerra, sucedem-se em Lisboa e na Covilhã. O corpo será libertado pelo Instituto Medicina Legal, passagem pelo Martim Moniz, Marquês de Pombal e finalmente na sede da Policia de Segurança Pública em Moscavide, para uma cerimónia oficial e de seguida, o cortejo fúnebre segue para a Covilhã, onde vai ficar em camara ardente na Igreja de S. Jose.
O desporto por mais duro que ele seja, apenas serve para ser praticado no ginásio. Serve sempre para descarregar a raiva no tapete e, serve naturalmente para se saberem defender em caso extremo e não atacar gratuitamente. Espera-se contudo, que o Ministério da Administração Interna, possa futuramente prever e prevenir situações destas á porta das discotecas.
Pela primeira vez na história da Sic, um programa, que pôem a nu, os preconceitos, tabus e mostra, que podem rir de eles próprios. Um programa, que mostra o outro lado da compreensão. O estigma de serem os"coitadinhos". É sem dúvida, um programa que há muito fazia falta. São estes, que nos mostram as suas capacidades, a sua vontade de viver e de provarem, que são tão capazes como qualquer outra pessoa, sem deficiência.
A nossa sociedade, leva tempo a consciencializar-se, que todos os portadores de deficiência, podem ser mais do que a sua aparência fisica ou intelectual, basta que olhem para eles como seres e não como incapacitados.
Em todo o programa, Bruno Nogueira, brinca falando a sério e fez sentir os seus convidados, que mais uma vez mostraram uma maneira de olhar para as suas deficiências como algo normal e não como limitativo e inferior.
É um alerta para outros canais televisivos, terem em conta que todos somos iguais, nascemos iguais, embora sejamos diferentes. Temos direitos iguais na habitação, emprego, educação e cultura, basta que nos possam dar o benefício da dúvida. Eu me incluo, por sou portador de deficiência visual, que tenho ao londo do tempo, sido o porta-voz de muitos que têm talento, vontade de fazerem coisas, mas têm medo de avançar e de mostrar o que fazem. Não posso esquecer que há muitos músicos cegos e atores cegos e ambliopes, que fazem teatro como ninguém, mas que poucos conhecem e nas ante-estreias só vão familiares e amigos dos atores e nem sequer têm qualquer divulgação na imprensa das sus peças. Eu tenho apoiado esse grupo de teatro, o "Acreart", que cheguei a levá-los á televisão, RTP ao programa "Portugal no Coração", que na altura, foi apresentado por João Baião e Tânia Ribas de Oliveira. Pois participei em novelas, séries e cinema, além de teatro. Porque é nos desafios, e na coragem de mostrar e quebrar preconceitos, que devemos ir.
Mais uma vez, é neste programa do Bruno Nogueira, que mostra e aposta nestas pessoas, que vale apena conhecer e apoiar.