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A Gazeta do Repórter

Informar e acompanhar a cultura, desporto e reportagens. Dar voz a quem não a tem e dar destaque a quem merece ser destacado!

Bairro da Serafina Constrói "Espaço Cheios de Vida"!

24.06.22 | Rogério Rosa

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Pode ser uma imagem de 1 pessoa e texto que diz "BIBLIOTECA ECOZINHA COMUNITARIA ARIA ESPAÇO PARA FESTAS EREUNIÕES INSCRIÇÕES ABERTAS PLANTAÇÃO DE SEMENTES BOXE, ZUMBA, CHeioS BODY BALANCE VIDA EOUTRAS ATIVIDADES ESPAÇO CHEIOS DE VIDA UM ESPAÇO COMUNITARIO EINTERGERACIONAL DE TODOS E PARA TODOS DAS 10h00 AS 22h00 MAIS INFORMAÇÕES EM: www EDUCACAOPOPULAR.ORG CHEIOSDEVIDA@GMAIL.COM OU 213 882 675. CONTACTE-NOS EDIGA-QD DIGA-NOS GOST ARIA NESTE ESPAÇO SUA FREGUESIA SERAFINA"

Esta manhã, 4a. Feira, 22 de Junho de 2022, fui visitar o novo espaço comunitário e intergeracional de todos e para todos, cujo funcionamento é das 10h ás 22h.

O André Azevedo, que me fez a visita guiada, é um dos responsáveis do projeto. Foi-me descrevendo e falando em cada divisão por onde iamos passando, sobre o que irá ocupar cada divisão. Uma excelente ideia do projeto Bip-Zip, promovido pela Câmara Municipal de Lisboa e com uma das parceiras, a Junta de Freguesia de Campolide. Este projeto implementado vem dar ao bairro a socialização que se espera, respeitável e envolvente. É preciso, que tenha as condições necessárias e que seja consensual entre os seus residentes.  

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Esta espaço tem o nome do que é vivenciar e experimentar, um pouco de tudo. Desde a biblioteca, para quem gosta de ler descansado, de partilhar histórias com crianças, podendo ser um contador de histórias ou simplesmente doar livros, quando já ocupa demasiado espaço na sua casa. Quer mesmo, lançamento de livros. Pode ser um bom motivo para que algum residente tenha alguma ideia de vir a escrever algum livro e, usar a biblioteca para o efeito. Depois, passámos á sala, onde já se treina o Boxe. o "Boxe Serafina Team",  juntando-se o Karaté, Kickboxing e body-balance, quem sabe Jiu Jitsu, Muhai Thai e ou Judo. Haverá certamente, a possibilidade de vir a existir mais algumas modalidades. Passando por outra sala, a que será de convivio e a cozinha Comunitária. A cozinha Comunitária, serve para que todos possam comungar do mesmo e das mesmas necessidades. Penso que se pode olhar para as pessoas idosas e não só, que vivem sós e sem companhia e que possa ver neste espaço, a sua 2a casa. Para quem não tenha condições de cozinhar ou por outras incapacidades, podem ver neste espaço, a solução. Não é por acaso, que se chama Espaço Cheios de Vida! Já funciona.

O Espaço tem espaço, salvo a redundância para workshops, a começar por um que está a funcionar, "Plantar Sementes biológicas". No fundo, criar produtos biológicos, num tempo em que está a encarecer a vida nos mercados, devido á Guerra da Ucrânia e á subida dos combustíveis! É essencial olhar para uma população idosa e também para crianças, adolescentes e adultos, que por vezes têm dificuldades de relacionamento, difíceis de criarem empatia e saberem como se aproximarem de outras crianças da mesma idade. Adolescentes que têm gostos bem diferentes uns dos outros e aqui, criarem uma uniformização em que se encontre o maior número possível de atenção. Aqui, podem desenvolver as suas músicas rapper`s, onde se podem exprimir e criarem os seus graffitis, que em alguns muros têm ficado embelezados.

Em qualquer bairro tem de existir cultura e desporto, mas não a mesma cultura ou desporto, que existe no bairro ao lado. A diferença, é fazer o que outros não fazem, ter o que outros não têm e, fazer com que não seja preciso saírem do bairro e terem, o que mais precisam, seja uma sala de ginásio, onde podem treinar, uma biblioteca onde podem ler, assistir a palestras ou uma sala onde podem ter as crianças ocupadas, enquanto o pai ou a mãe, estão a treinar ou a colaborarem em alguma atividade. Sem esquecer, que os idosos precisam de se exercitar, podendo existir uma bicicleta fixa ou terem cardiofitness. O convivio, é essencial para a partilha. Ninguém gosta de viver em solidão e é á na noite, que se reflecte mais, por outro lado de dia, há que ter presente, que tem de haver motivos para que algumas dessas pessoas, possam saír e conviver. Podem inclusive, aprenderem coisas novas, colaborarem na cozinha comunitária e ou participarem em workshops de colinária, costura ou artesanato por exemplo, ou até simplesmente conversarem. Dar aos jovens e adultos um espaço, onde possam fazerem o que mais gostam, música, jogos tipo matraquilhos ou bilhar e conviverem uns com os outros.

Qualquer que seja o bairro, não faz as pessoas, mas sim o contrário e têm de ser os residentes, a cuidar dele, dar-lhe vida, luz e cor! Se assim acontecer, prevenir-se-á muita criminalidade, pois é praticado por gente desocupada, sem rumo, sem metas de vida e sem vontade de mudar ou a precisarem de um incentivo para uma mudança e orientação.

Algumas pessoas criaram este projeto para que haja cada vez mais uma transformação no bairro, para um presente, que se quer saudável e livre de preconceitos e um futuro mais atrativo! Espera-se, que haja a colaboração de todos para que todos estejam envolvidos, aceites e que não tenham de procurar noutros bairros, aquilo que lhes farão felizes!

O Espaço Cheios de Vida, tem de ser isso mesmo, encher a Vida da população residente, mas isso só poderá ser possível se todos se interessarem, se empenharem e se envolverem na Educação Popular, que não tem a ver com o ensino escolar, mas com o Ensino não Formal! O espirito de entreajuda foi o principal motor, que um grupo de pessoas arregaçou as mangas e remodelaram, pintaram e deram vida ao espaço a titulo gratuito, para que outros e eles mesmos, venham a usufruírem o que ajudaram a reconstruir.

A foto, que acompanha este artigo tem lá tudo sobre o "Espaço" e os seus objetivos. Procurem nas Redes Sociais como o Facebook:

https://www.facebook.com/externatoeducacaopopular/posts/2699417503535665/

Podem ainda seguir o site do Externato Educação Popular e não esquecer de apoiar, ajudar e de se inscreverem para as artes marciais, Zumba e plantação de Cultura Biológica. No entanto há um espaço de venda de roupa, que também faz do espaço, uma maneira de ver o outro lado da ajuda e futuramente um serviço de cabeleireiro, que vai ajudar as pessoas mais idosas de se sentirem bem com elas mesmas, levantar-lhes a auto-stima, bem como outras mulheres.

Obrigado André e que o projeto vingue. O Bairro da Serafina sairá mais fortalecido e que esteja Cheio de Vida!

PS: Não é uma reportagem, mas sim, um simples artigo de opinião do autor!

#rogeriorosa

#educacapopular.espacocheiasdevida

Festas de Santo António - 2022

13.06.22 | Rogério Rosa

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Finalmente chegaram as festas de Santo António. Com elas, vieram de novo as "Noivas de Santo António", que a Pandemia travou em 2020. Lisboa, triste e desolada, viveu 2 anos átoa, sem saber o que fazer e como superar esta tão trágica situação. No entanto, superou e foi em frente. 

Não se pode falar em festas populares, sem falar das Marchas Populares e de tudo o que isso implica!

Este ano, regressaram as tão esperadas "Noivas de Santo António".

 

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Festejar a cidade 2 anos depois, é uma felicidade que não tem tamanho na cidade de Lisboa. Muita gente sentia sede de festejar o Santo António. Muita cor e muita luz na Avenida da Liberdade para receber as 20 Marchas a concurso e mais 8 Marchas, que foram convidadas, a Marcha de Miranda do Corvo e a mais antiga, a Marcha Voz do Operário! Este ano, houve outra marcha infantil, que reúne várias escolas de Lisboa, bem apadrinhada pelos atores Lourenço Ortigão e Kelly Bally.

Todas as 20, começaram a desfilar no Pavilão Meo Arena, ex-Atlântico e depois, terminam o desfil e concurso para que haja votação e vencedor na Avenida da Liberdade. Apresentado por José Carlos Malato e Tânia Ribas de Oliveira. Foi de facto uma enorme maratona, que no final da madrugada, acabou por sair as classificações, para uns uma novidade, para outros, a desilusão.

Classificação Marchas Populares de Lisboa 2022

©José Frade

A Marcha da Madragoa é a vencedora do concurso Marchas Populares de Lisboa 2022.
Em segundo lugar ficou a Marcha de Alcântara e em terceiro a Marcha do Alto do Pina.

Classificações finais das Marchas Populares de Lisboa 2022
1.º Marcha da Madragoa
2.º Marcha de Alcântara
3.º Marcha do Alto do Pina
4.º Marcha de Alfama
5.º Marcha do Bairro Alto
6.º Marcha de São Vicente
7.º Marcha da Penha de França
8.º Marcha do Bairro da Boavista
9.º Marcha da Mouraria
10.º Marcha do Lumiar
11.º Marcha de Marvila
12.º Marcha dos Olivais
13.º Marcha da Bica
14.º Marcha do Castelo
15.º Marcha de Belém
16.º Marcha de Carnide
17.º Marcha da Ajuda
18.º Marcha da Baixa
19.º Marcha da Bela Flor – Campolide
20.º Marcha de Campo de Ourique

Classificações por categoria das Marchas Populares de Lisboa 2022
Melhor Coreografia: Marcha do Alto do Pina e Marcha de Madragoa
Melhor Cenografia: Marcha do Bairro Alto
Melhor Figurino: Marcha de Alfama e Marcha da Madragoa
Melhor Letra: Marcha da Penha de França e Marcha de São Vicente
Melhor Musicalidade: Marcha de Alfama e Marcha do Alto do Pina
Melhor Composição Original: “Corte e Cose na Penha de França”, Marcha da Penha de França
Melhor Desfile na Avenida: Marcha da Madragoa

O júri da 88.ª edição das Marchas Populares de Lisboa
Presidente do Júri: Pedro Santos Franco
Apreciação da Coreografia: Henrique Feist
Apreciação da Cenografia: José Costa Reis
Apreciação do Figurino: Maria Luiz
Apreciação da Letra: Mário Rainho
Apreciação da Música: Jorge Fernando
Apreciação Global: Filipa Pais
Representante da EGEAC: Sofia Bicho

Parabéns a todas as marchas participantes e obrigada a quem se dedicou a esta edição das Marchas Populares de Lisboa.

#egeac

#cml

#atorrogeriorosa

Se participarmos com alegria, dedicação e divertimento, qualquer derrota, pode significar força e esperança no futuro e não, participar com a pressão de que se trata de competição. Aceitar custará sempre menos!

Dia Mundial da Criança e as Recordações do Passado

01.06.22 | Rogério Rosa

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Hoje, é dia 1 de Junho, Dia Mundial da Criança. Também Fui criança e por vezes, é bom recordar a nossa própria infância, que para uns felizes, para outros, remediada e para outros de sofrimento e angústia! 

A minha infácia foi passada em casa dos meus avós paternos. Gente que vivia numa pobreza relativa, mas com muito amor para me darem. Brincava pouco na rua, os miudos eram todos mais velhos que eu. Um deles, deveria ter mais uma ou menos a mesma idade que eu. Quando ia a casa dos avós dele, pertinho da minha casa, ficava ademirado ao ver tantos carrinhos nas prateleiras e em móveis. Uma coleção, quase interminável. Lembro-me de fazer companhia ao avô dele na loja, onde arranjava os sapatos. Eu tinha a mania nessa altura, que já era crescido e que podia trabalhar. 

Entrei para os colégios, onde ia conhecer outros meninos e meninas da minha idade com quem podia crescer e brincar á vontade, pelo menos no primeiro colégio, onde era aluno externo e podia continuar com os meus avós paternos, que era o Centro Infantil Helen Keller ao Principe Real em Lisboa. Depois com a idade, passei para outro colégio e este, teria de ficar como aluno interno. Acabei por ficar 6 anos. O colégio chamou-se Instituto António Feliciano de Castilho em Campo de Ourique. Foi a salvação de muitas crianças do interior. Muitas isoladas nas suas casas, dependentes dos familiares e muitas com alguma vergonha.delas, por serem cegas ou de muito baixa visão, razão pela qual,quase nunca saiam com elas para a rua.

No Castilho, como era designado por nós. Durante esse tempo, tive uma única  professora, a Maria José da 1ª á 4ª. classe. Mas antes, ainda tive as professoras das atividades diárias, como a Helena Moita e a Corália. No entanto, todas eram importantes para a nossa formação enquanto seres humanos em crescimento. Sejam professoras, como as monitoras, como Rosa Candeias, Helena Sanches, Aida, Justina, Ana Calado, Maria dos Anjos, Perpétua, O Vitor, O luis, a Alda Cruz, que teve pouco tempo e que acabou por saír. A Elsa, a cozinheira. 

Muitas foram as aventuras, muitas foram as relações de amizade e de carinho que havia entre nós. De dia, outras professoras vinham dar outras aulas, como Trabalhos Manuais, como a Irene Grossman e a Maria Eugénia ou a professora de música Alda Pires e a Mercedes, professora de Braille. Sem esquecer os diretores, Rui Pereira Dias, Antonieta Madureira, Maria do Castelo e Luis Camacho Lobo, que morreria ainda no exercício das funções de diretor. Não poderei esquecer a Professora Emília Montalvo, Uma senhora simples, doce, meiga, compreensível e muito boa ouvinte, bem como o nosso telefonista , José Domingos Gonçalves.

Os recreios eram muitos vivos, vivenciados por todos.. Uns corriam, outros andavam de bicicleta ou de patins. Haviam 2 árvores que estavam plantadas no pátio a Tília e a Nespereira. Nesta árvore, estava um peneu ligado com uma corda, que fazia de baloiço e por baixo, uma velha ambulância, que os bombeiros deram para o colégio, que servia para brincarmos aos Bombeiros e vitimas. Por falar em Bombeiros, estes estavam instalados frente ao colégio. Estavamos bem protegidos para qualquer asneira que se fizesse ou algum acidente sofrido, como me chegou a acontecer, quando queimei as 2 mãos numa frigideira com açúcar em ponto. Levaram-me para a Cruz Branca e no dia seguinte para o Hospital Curry Cabral, onde curiosamente fui encontrar o irmão gémeo do falecido diretor Camacho Lobo, que era Médico, o que me fez alguma impressão. Fiquei 3 meses com as 2 mãos ligadas.

Praia, acampamento, festas aos Domingos com músicas colocadas pelo Tó "Buracos", ou o pianista Sr. Joaquim. Eram sempre realizadas na famosa Sala do Bowling, que servia para exercícios, convivios e jogos diversos sempre que estivesse a chuver. Aventuras mais de proximidade, numa descoberta emocional próprias da pré adolescência e claro, por vezes conflitos e pancadaria, tudo isso nos fazia crescer e ao mesmo tempo, criar laços uns com os outros. De facto, hoje com a distância de 40 anos, eramos felizes e não sabiamos!

Por vezes nas férias grandes, Natal e Páscoa, acabavamos por ir para casa das familias dos nossos colegas. Primeiro fui para Cruz de Pau, Depois no Natal/Fim de Ano, para Alcains, terra do antigo Presidente da República, Ramalho Eanes e curiosamente, acabei em casa de seus familiares. Mais tarde na Páscoa, fui para Pafarrão-Torres Novas, era numa espécie de campo, onde se podia brincar e ir conhecendo pessoas e outros miudos.

Sem sembra de dúvida, o Castilho fez de nós, o que somos hoje, independentes, pessoas de bem, formadas com famílias e sem esquecer que aquele colégio, foi muito importante nas nossas vidas e nos transformou e protegeu durante tanto tempo, que se torna inesquecível!

#rogeriorosa

 

 

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