Aprender Língua Gestual Portuguesa - Balanço Final
Aprender uma língua nova é sempre dificil. Quando temos interesse essa dificuldade diminui.
Frequentei o curso de Lingua Chinesa - Mandarim. Para uma pessoa deficiente visual, é sempre complicado, mas pior que não conseguir, é não tentar. Foram 50 horas de formação profissional e em regime presencial. Feito nas instalações do Iefp de Benfica. Durante essas horas, aprendi bastante e percebi que o preconceito também acompanha colegas e parte dos formadores.
Fiz o curso até o fim e cumpri o meu objetivo.
Mas como que por magia, encontrei um curso que há muito queria fazer. Língua Gestual Portuguesa.
Este curso são de 75 horas e em regime online. Para qualquer deficiente visual, este curso tem a particularidade de ser mais fácil, pois estando em computador ou num tablet, podemos sempre nos aproximar sem ter os olhares indiscretos e de espanto! Mas como é uma língua muito visual e com a câmara ligada, acaba por nos dificultar muito. Tudo porque para ver os gestos que a formadora nos quer transmitir para que possamos repetir. Eu tenho de saír do quadrado e me aproximar ao dela e depois, afasto-me para que ela me veja repetir e deixo de ver eu. Claro que é muito complicado, mas tenho de ter consciência de que tenho limitação visual, mas que em nada me impede de fazer e de experimentar algo para ter a certeza de que sou capaz. A deficiência visual, nunca me definiu como pessoa.
Em todas as entrevistas que tenho dado, mostro e provo que as pessoas com deficiência, têm a capacidade de fazer o mesmo com a mesma dignidade e competências iguais aos outros.
Neste caso, tenho colegas com sensibilidade de compreender as minhas limitações e quando necessito, estão prontos.
Agradeço por isso á formadora Marisa Maganinho, pela compreensão e pela paciência em me dar a oportunidade de poder aprender, fazer e me corrigir sem a preocupação de ser diferente, mas igual aos outros colegas. De facto, tive a sorte de ter colegas e uma formadora, capazes de saberem lidar comigo com a normalidade, que se espera de quem é um pouco diferente ao contrário de formadores e colegas do curso de longa duração como foi o caso de Técnico Auxiliar de Farmácia, Produção Multumédia, Atelier de Jornalismo no Cenjor - Escola de Jornalistas, como infelizmente aconteceu.
Dei uma entrevista recentemente ao program "Clube de Amizade" na RDP -Internacional com o Jaime Ferreira de Carvalho.
Deixo em baixo o 2º link da entrevista.
https://www.youtube.com/shorts/caO2Qk0jMDc?feature=share
Tal como eu disse na entrevista no final, qualquer pessoa com deficiência, que seja artista, deve mostrar o que sabe e o que prendeu. Não devem ter medo da reação da sociedade. Não devem ter pena de si próprios, pois um drama é um estilo de representação e não uma forma de estar na vida.
É preciso que os responsáveis das estações de televisão possam ser sensiveis e que me possam dar o benefício da dúvida. Sou ator com formação e com um extenso currículo, tenho provado ser capaz de ter papéis mais sérios e não continuarem a dizer que faço "figurações ou que o meu sonho é ser ator", o que nunca foi. Sou ator desde os 19 anos, tenho 59 e aconteceu por acaso.
https://www.revistasauda.pt/noticias/Pages/O-homem-que-ve-atraves-dos-sonhos.aspx
https://www.imdb.com/name/nm3441089/
https://sic.pt/sic/quero-mostrar-aquilo-que-valho-rogerio-e-ambliope-e-o-seu-maior-sonho-e-ser-ator/
#atorrogeriorosa