Ator brasileiro do Filme "As Maltratadas" deixou elenco em choque
Douglas uma Estrela que Subiu ao Céu
Douglas Barcellos foi o actor brasileiro que participou no filme com a personagem João, com um excelente desempenho como o público terá, em breve, a oportunidade de constatar. “Construiu uma personagem controversa, complexa e frenética”, reforça Ana Campina.
Infelizmente já não está entre nós. Morreu na praia de Carcavelos, em Portugal, no dia 24 de Dezembro do último ano, vítima de afogamento, sem qualquer intervenção de terceiros. Ele acreditava que ao tomar banho de mar seu corpo e espírito eram purificados. E o mar o levou...
Neste momento as suas cinzas já estão entregues à família que vive no Rio de Janeiro.
Deixou-nos muita Saudade, mas acreditamos que sendo ele homem crente em Deus, está agora junto Dele.
Adeus Douglas e que Deus te proteja e guarde a tua alma.
Press-release As Maltratadas
Foi Possível!
“Durante dois anos a ideia do tema das mulheres vítimas de violência doméstica e aquelas que são traficadas andava a pairar em minha cabeça”, relembra Ana Campina, realizadora e produtora do filme As Maltratadas. A ideia da realizadora portuguesa partiu da seguinte pergunta: Como podemos denunciar e ajudar a resolver a temática do tráfico de mulheres e da violência doméstica em um âmbito global? Uma resposta coerente seria, de acordo com a realizadora, “preparar um alerta mundial para que as pessoas não permaneçam anestesiadas a respeito deste assunto e, a seguir, ao tomarem consciência de sua verdadeira dimensão, se revoltem e denunciem. E a acção vai mais além: deve-se assumir uma postura de solidariedade para com as vitimas e incentivar estas mulheres a partir para a denúncia, dar-lhes força para que em conjunto elas possam sair desta situação”.
A ideia do filme As Maltratadas surgiu a partir da idealização de uma personagem, mulher, vitima de violência doméstica, que se revolta perante um caso extremo de violência. Ao tomar consciência de sua real situação de perigo resolve denunciar o agressor, e ao tomar tal atitude torna-se uma heroína, pois também ajuda a desvendar um caso em que mulheres eram vítimas de tráfico humano. Ela, portanto, as liberta e torna-se uma vencedora.
A história, embora complexa, assumiu forma de guião ao fim de dois anos. Escrita por Ana Campina e Pedro Moleiro, teve na Realização Ana Campina e na Direcção de Fotografia o Americano Erick Green (vindo de Los Angeles – Hollywood), como produtores Enzo Lamblet (brasileiro a viver em Los Angeles) e do Brasil, mas a viver em Portugal, Sergio Araujo.
“Eu estava em Los Angeles no Verão do ano passado a trabalhar...” , esclarece Ana Campina, “... e durante esse período houve a oportunidade de fazer o filme com os meios materiais e técnicos de lá, mas havia um patriotismo muito grande que me dizia que o filme tinha de ser feito em Portugal. Além de que Portugal é um país onde acontecem diariamente, como em todo o mundo, casos de violência doméstica, e ser uma porta de entrada de vitimas silenciosas de tráfico humano oriundas de países da América Latina, mais especificamente Brasil, África e Europa do Leste”.
Visivelmente emocionada, ela continua: ”Então, alguém da minha equipa Americana disse: vamos mover os nossos esforços para concretizar o filme em Portugal. Juntei actores e equipa técnica provindos de Hollywood e da indústria cinematográfica norte-americana para fazer parte da concretização do projecto”.
E foi também devido ao seu relacionamento profissional com o mercado audiovisual e o ramo do cinema no Brasil que a promissora realizadora conseguiu com que actores brasileiros abraçassem o projecto, nomeadamente os actores Felipe Camargo, Douglas Barcellos e Camila Alves que, segundo a realizadora, “dedicaram-se ao máximo ao filme, demonstraram total profissionalismo e tiveram uma brilhante actuação”.
Ao comentar sobre a pré-produção do filme, Ana Campina revela a admiração que sente por seu país: “Já em Portugal, foi grande o orgulho em conseguir uma equipa técnica local que aderiu ao projecto e, em seguida, um elenco formidável de actores portugueses, que foram seleccionados durante 3 meses de casting, e dedicaram-se com afinco em concretizar um projecto que se materializou em dois filmes: As Maltratadas, na versão portuguesa, e The Abused, na versão inglesa”.
A realizadora, desde o principio do projecto, desejou que ele assumisse em sua totalidade um pressuposto social, e com isso, celebrou um protocolo com a APAV - Associação Portuguesa de Apoio à Vitima - que, segundo ela, “nos aconselhou e orientou no sentido de esclarecer todas as dúvidas e de conhecer melhor a verdadeira situação que envolve esta preocupante realidade em Portugal e no mundo”.
Depois de reunir 84 pessoas, entre equipa técnica internacional e portuguesa, actores oriundos dos três países: Portugal, Brasil e Estados Unidos, a rodagem começou no dia 11 de Dezembro de 2008 e terminou no dia 20 do mesmo mês, distribuída por mais de 10 localizações distintas na área da grande Lisboa, Oeiras, Torres Vedras e Trafaria.
Os actores principais foram Felipe Camargo, Douglas Barcellos e Camila Alves (Brasil) , Shelby Lee (USA) e Alexandra Freudenthal (Portugal).
E Leslie e Matilde, as duas crianças que actuaram, respectivamente, na versão do filme em português e na inglesa. Todos, segundo Ana Campina, “deram forma a personagens bastante complexas e controversas”.
Ana Campina é uma realizadora portuguesa que iniciou sua formação académica em Portugal, tendo posteriormente continuado nos Estados Unidos e Canadá com vários cursos e trabalhos. Nos últimos cinco anos tem desenvolvido projectos em Portugal, Espanha, Estados Unidos e Brasil.
“As Maltratadas” e “ The Abused” encontram-se neste momento em fase de montagem e pós-produção, assim como a concepção do “Making Off” e do “Trailler” e do site Oficial do Filme. O objectivo é o início da sua divulgação internacional em Maio deste ano no Festival de Cannes, na França.
A grande meta, segundo a realizadora e que acabou por revelar-se uma exímia produtora, “é levar o filme a vários festivais internacionais e marcar uma presença forte, nomeadamente em Cannes, Berlim, Veneza, Rio de Janeiro, Canada, Estados Unidos da América, e naturalmente Portugal, daí a razão das duas versões: portuguesa e Inglesa, com distintos actores para cada um dos personagens (versão portuguesa e inglesa)”.
Também aderiu ao projecto o grupo musical português Delfins com a faixa “O Som e a Fúria” de seu último álbum “ A solidão do sonhador e outros voos do grande urso branco”.
Este filme foi uma co-produção Portugal/Brasil e Estados Unidos. A minha personagem foi"Manuel Patolas", um esquizofrénico, que acabou por salvar uma das vitimas de violência doméstica. Foi um filme de drama e ação.
Este filme teve estreia antecipada, devido á tragédia que se abateu sobre ele. Um dos protagonistas o Ator brasileiro Dougças Barcelas, suicidara-se, logo após o fim das filmagens. Um acontecimento muito traumatizante para quem trabalhava com ele e veio com ele do Brasil para gravar. Conheci-o nos ensaios e acheio-o normal, mas parece que tinha algo muito complicado, as drogas e um passado pouco leve com os pais. Parece que o pai dele exercia violêncioa doméstica com a mãe e com ele mesmo também. Viveu demasiado o papel e daí que despoletou algo estranho e descontrolado.
Na altura acusou o seu agente de o ter contaminado com sida e tinha droga com ele. Foi 3 dias depois de gravarmos que se dirigiu á praia de Carcavelos. Ele já não estava bem. Recusou regressar ao Brasil com o restante elenco brasileiro. Cruzei-me com ele no plateaux e pareceu-me normal. Depois de se gravar e cada intervalo e mais tarde no hotel, ele discutia e acusava o agente. Muito barulho e quase havia pancadaria. Cheguei a olhar para ele e achar que ele estaria com inicio de depressão. Depois, é que me disseram que ele estava a viver demasiado a personagem, que lhe fazia reviver a sua infancia. Durante as gravações foi tenso e intenso. Chegámos a ter ensaios todos juntos em Paço de Arcos, casa da realizadora.
O Dougças era um dos mais conceituados modelos brasileiros a viver nos Estados Unidos e um antigo Campeão Nacional de natação do Brasil e por isso, não se compreendeu na altura, como é que morreu afugado. Por ter sido na véspera de Natal, o choque foi muito maior e apanhou-nos de surpressa, porque tinhamo-nos reunido para festejar o fim das gravações.
Coim a Maria João Abreu, acabou por acontecer o mesmo. Também ela se sentiu mal durante as gravações da novela"A Serra". São casos diferentes, mas o choque de elencos, foi muito parecido.
Neste caso, a Maria João será única em tudo, que não se irá ver em muita gente ou mesmo quase ninguém. Tive tanta pena de não a ter conhecido e mesmo assim, emocionava-me com as imagens e as declarações dos amigos e colegas.
Rogério Rosa - Repórter